sábado, 29 de maio de 2010

Perséfone

detalhe da escultura O rapto de Perséfone, de Gian Lorenzo Bernini (1598-1680), arquiteto, pintor e escultor italiano, pioneiro da arte barroca

A história aqui narrada é um resumo do Hino a Deméter, atribuído a Homero. É a fonte mais antiga e rica em detalhes do mito das duas deusas... Deméter e Perséfone... mãe e filha...


Naquele dia, Deméter, deusa do grão e da colheita, cuidando de cobrir a terra de verdura, flores e frutos, não estava junto à filha, a linda Perséfone, também chamada Core. A jovem brincava com as ninfas no campo de Nísia; teciam coroas e guirlandas "misturando violetas e íris, rosas, jacintos e lírios". Atraída pelo perfume do narciso "de cem ramos", Core afasta-se das companheiras e debruça- se para colher um botão que floria na borda de um penhasco. Nesse momento a terra se abre e surge da fenda o deus da morte e do mundo subterrâneo, Hades, que a carrega, apesar de seus gritos, em seu carro puxado por "imortais cavalos", para Hades, seu reino. Perséfone grita pedindo a Zeus que a salve, sem suspeitar que o rapto tinha sido tramado pelo filho de Cronos (o próprio Zeus, seu pai) com seu irmão, o senhor de Hades.
...
Deméter declara que nenhuma semente brotará enquanto não lhe for devolvida Perséfone. Finalmente, Zeus envia Hermes ao Hades para pedir ao senhor dos mortos que concorde em ceder a esposa à sua mãe.

Hades dá seu consentimento; Core, exultante, prepara-se para partir. Na despedida, o marido pede- lhe que coma com ele alguns gomos de romã. Depois de compartilharem a fruta, Perséfone salta no carro dourado de Hermes: e "puxados por cavalos de longas asas" atravessam os mares, os picos das montanhas, e chegam ao bosque perto do templo. Mãe e filha correm em direção uma a outra e abraçam-se numa alegria sem limites. Subitamente, Deméter suspeita de um embuste e pergunta à filha se tinha comido alguma coisa enquanto estava no mundo subterrâneo. Perséfone lembra-se de ter partilhado a romã com o marido, e sua mãe sabe então que só a terá de volta por dois terços do ano. Um terço a filha terá que passar com Hades no reino dos mortos. Por isso durante uma terça parte do ano tudo seca e morre na natureza. E todos os anos, quando Core volta, tudo volta a brotar. Sua volta traz a primavera - sua mãe cobre a terra de flores.


°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°

2 comentários:

  1. Querida Andrea, estava a procura de uma imagem do Rapto de Perséfone e cheguei em seu Blog. Tenho também um Blog "O Miolo da Missiva". Estou estudando o mito, justamente porque quero escrever algo sobre ele. Amei o quê acabei de ler, não conhecia essa leitura sobre as estações do ano e nossos períodos de recolhimento e morte.
    Obrigada pela postagem, vou compartilhar...um grande abraço Adriana Azenha.

    ResponderExcluir
  2. Puxa... uma nova companhia... que adorável... então Adrina, essa imagem me arrebatou qdo a vi pela primeira vez... este detalhe é de muito bom gosto...
    gosto dos mitos de uma forma geral e de como podemos nos conhecer, compreendendo-os... o de Perséfone é especial pra mim... estou indo te conhecer.......... seja bem-vinda!!!

    ResponderExcluir