domingo, 20 de março de 2011

EQUINÓCIO DE OUTONO!!!

andradejorge.zip.net
 Hj dia 20 de março de 2011, às 20h 21min... equinócio de outono no hemisfério sul... 
Tem variados significados, para variadas crenças e culturas... 
Por aqui, nas motanhas, um ventinho frio cantou em meus ouvidos pela manhã, voltando qdo anoiteceu...
Tirei o cobertor do armário, tomei vinho e senti que o ano começa agora para mim... como acontece sempre...
Para uns, apenas mais um dia, uma data... para mim um símbolo forte de vida, que me faz companhia... 
Antes de forma quase imperceptível, me alegrava nesta data/época e ia seguindo, quase sem reparar... era uma cia mesmo invisível... não que tenha tomado forma palpável... como outras presenças agora ela habita em mim... ora silenciosa, ora barulhenta.......................

segunda-feira, 7 de março de 2011

Enquanto isso tem gente se divertindo loucamente por aí....

Ainda bem que temos opções para quem está na aparente contra-mão da história... nestes dias em que todos tem a obrigação de estar ‘alegres’ (???), podemos escolher entre ler um livro, alugar filmes, navegar ao nosso modo na net......................
O que me deixa contente é saber que na televisão aberta, TV Cultura – que apesar de estar nas mãos de um governo que tenta acabar com ela – ainda temos boa parte de sua programação de qualidade... no sábado de carnaval, tivemos a oportunidade de assistir outra vez ‘Domésticas, o filme’, de 2001, Fernando Meireles dirige um filme que conta os sonhos, o cotidiano, enfim a trajetória de cinco mulheres que acabam sendo invisíveis pra sociedade, pq neste mundo somos o que FAZEMOS (???)... recomendadíssimo!!!
Domingo (ontem) reapresentou um filme de Carlos Diegues (1994), ‘Veja Esta Canção’... na verdade são quatro histórias inspiradas em músicas de nossa MPB... na ordem de como passou ontem...
Drão, Gilberto Gil
Você é Linda, Caetano Veloso
Pisada de Elefante, Jorge Benjor
Samba do Grande Amor, Chico Buarque
produto.mercadolivre.com.br
 Particularmente a história inspirada pela música ‘Vc é Linda’, não me encantou muito... não gostei das atuações, nem da forma como foi conduzida, roteiro, luzes, cenários, mas vale a pena ver, pois na verdade essa é uma opinião bem pessoal... gostei muito de Samba do Grande Amor, com as belíssimas atuações de Fernanda Montenegro e Fernando Torres (na verdade, a história que mais gostei)... e Pisada de Elefante tem um roteiro ótimo, e bem shakespeareano (trágico) ... mas queria comentar aqui a história inspirada pela música Drão... esta letra sempre me encantou...
Devo avisar aqui que neste meu comentário vai haver muito da antecipação do desenrolar do filme, quem tiver a fim de ver e não quiser saber dos detalhes, não leia...
Apesar de não gostar de um jeito meio comédia – talvez pq o personagem masculino era de Pedro Cardoso, e tenho dificuldade de desligar a imagem dele deste gênero – gostei do roteiro... reflete bem o que acontece neste mundo pós-moderno, onde podemos tudo e nada ao mesmo tempo... Sandra, personagem de Débora Bloch, inicia a história questionando seu relacionamento, sentido-se sufocada, imagina que durante os seis anos de casamento, perdeu muito do mundo, como se fosse prisioneira por opção... mas ela é surpreendida por seu marido Marcos André (Pedro Cardoso) qdo ele sai a frente e diz que necessita de um tempo... motivo??? os mesmos que vinham atormentando ela... depois de uma cena de indignação e choro por parte de Sandra, eles estão livres para vivenciarem todos os seus sonhos............
Bem, em seu ímpeto de viver, Sandra tem a possibilidade de conhecer, sair com homens de variadas vidas, gostos, tipos físicos etc, e ainda está desgostosa... aí pensei numa reflexão: ‘nunca houve tanta liberdade de escolhas de parceiros, nem tanta variedade de modelos de relacionamentos e no entanto nunca os casais estiveram tão ansiosos e prontos para rever, ou reverter o rumo das relações’ (Zigmunt Bauman)... pois é justamente aqui que caminhamos rumo a percepção de que o ponto central, não é a relação, mas o padrão de modelo que repetimos onde quer que estejamos... e fiquei pensando outra vez em nós, indivíduos deste mundo atual (fora da ficção)... deveríamos repensar nossos padrões de comportamento??? qdo Gilberto Gil canta que o amor tem que morrer pra germinar, penso que ele esteja falando disso, morrer/matar uma forma insistente de repetir comportamentos infrutíferos para nós... ou que nos levam a adoecer... morte em vida...
Bem, no fim, penso que Sandra e Marcos André devem ter feito esta reflexão, mesmo que inconscientemente... e na história tudo acaba bem................
Hoje as 22h vai ao ar ‘O casamento de Louise’, Com Sílvia Buarque, Dira Paes e Marcos Palmeira, de Betse de Paula, 2001, que fala sobre o que tem em comum entre duas mulheres de dois mundos bem diferentes, usando uma metáfora que gosto muito em filmes (e na vida real tb): a comida... e amanhã teremos o filme inédito ‘Feminices’, a partir das 22h, que fala sobre o encontro de quatro mulheres (atrizes), na faixa dos 40, que se reúnem para redigir uma peça teatral, e acabam falando de como estar nesta fase da vida – filhos, ou não, marido, ou não etc ... como é um filme de Domingos de Oliveira, acho que vale muito a pena ver...
Bom feriado de carnaval!!!

sábado, 5 de março de 2011

carne + vale... do latim: caro, carnis = carne; vale = adeus!!!

Acho importante as celebrações da vida, principalmente se pensarmos que são ritos de passagem para uma outra etapa, e celebrar/ritualizar acaba tendo um significado simbólico para nossa psiquê...
Nossos símbolos, por aqui são os cristãos normalmente, mas tenho grande angústia qdo penso que eles não tem aquela aura de mistério que seria importante ter... olhando para o passado imagino, que um dia foi diferente... não sei se estou errada...
Adapto aqui um artigo interessante sobre o carnaval... 
oglobo.globo.com

 Hoje é quase consensual que a palavra Carnaval originou-se de carne + vale (do latim: caro, carnis = carne; vale = adeus), ou ainda da expressão carne levare ou carnilevamen. As duas expressões têm sentido quase idêntico: suspensão da carne, abstenção de carne.
Assim, o Carnaval anuncia a chegada da Quaresma, período no calendário da Igreja Católica consagrado à penitência e ao jejum. Antigamente, a Igreja recomendava aos católicos que ficassem toda a Quaresma sem comer carne. Hoje esta proibição restringe-se à Sexta-feira Santa.
Por isso, o Carnaval no Brasil acontece sempre em fevereiro ou março, nos dias que antecedem a Quaresma. É uma festa móvel, ou seja, não tem data fixa. O período carnavalesco, em sua amplitude máxima, estende-se do Natal até a Quaresma, mas a verdadeira festa consagrada a Momo se limita geralmente aos três últimos dias do período. Em outros países, a data varia de acordo com tradições locais e nacionais.

Talvez em Veneza tenhamos um carnaval, que apesar de elitista, possua este encantamento ritualístico...

O Carnaval de Veneza, na Itália, é diferente em estilo, ritmo e espírito de qualquer outro carnaval. Já em suas raízes é uma celebração de elite, intelectualizada, embora hedonística. As fantasias e as famosas máscaras venezianas inspiram-se na elegância e bom gosto dos trajes dos séculos XVII e XVIII, ou nas personagens da Commedia Dell´Arte, em que figuram os nossos conhecidos pierrôs, colombinas e polichinelos.
No final do século XI, o Carnaval de Veneza aparecia nas crônicas como festejos que chegavam a durar até seis meses. Por essa época chegou-se até a regulamentar o uso das máscaras, que haviam invadido o cotidiano do povo veneziano. São comuns os relatos de abusos praticados atrás das máscaras durante e depois do carnaval de Veneza: desde a mais ingênua tentativa de sedução até o adultério; de pequenos furtos até homicídios. As autoridades proibiram o uso das máscaras no início do século XVII.
Após quase desaparecer no século XIX, o Carnaval de Veneza vem, desde 1980, sendo revivido e encorajado pelas autoridades. Atrai hoje mais de 100 mil pessoas que, apesar do frio e da ameaça das marés altas que freqüentemente inundam a praça de São Marcos, para ali convergem a fim de admirar o luxo das fantasias e das máscaras.
Em Veneza, nas belas mansões e palácios do Gran Canale, organizam-se também luxuosos bailes, regados a champanhe e animados por ruidosas orquestras. A alta sociedade internacional, afastada do burburinho das ruas, comparece aos salões dos hotéis de luxo, decorados a cada ano com temas retirados das óperas de Verdi. Neles dançam-se valsa, tarantela e até mesmo o samba, cada vez mais popular. O povo, por sua vez, concentrado na Praça São Marcos, se diverte de maneira bem mais desinibida.
Commedia dell'arte - Conhecida também como Comédia de Máscaras, a Commedia Dell´Arte era composta por espetáculos teatrais em prosa, muito populares na Itália e em toda a Europa na segunda metade do século XVI até meados do século XVIII. O espetáculo era baseado no improviso dos atores, que seguiam apenas um esquema elaborado pelo autor para cada cena cômica, trágica ou tragicômica. Grandes atores criavam as ações e os diálogos diante do público. Tornaram-se famosas as figuras de Arlequim, do doutor, do capitão Spaventa, de Pulcinella, Pantalone e Colombina, entre outros, com seus tipos físicos regionais, com seus dialetos e temperamentos especiais, vestimentas e máscaras características.